Nessas últimas semanas estou acompanhando o fim de uma memória viva. Moro, desde sempre, aqui e na frente da minha casa (um sobrado, na verdade) fica uma empresa de carro-forte, digo empresa, mas está mais para uma fortaleza, quase um castelo medieval. De uma maneira ou de outra, ela sempre teve algum efeito na minha rotina, seja por ver, enquanto ia pequenino para colégio, os homens armados com escopetas na porta de casa, seja pelo inferno de buzinas que era produzido todos os dias no final da tarde quando os carros-fortes faziam fila para entrar na garagem e travavam toda a rua.
Agora, todos os dias quando chego em casa vou até a janela para averiguar em que estágio já está, e por vezes fico alguns minutos assistindo os homens de marretas fazendo aquilo que pode ser uma das coisas mais importantes no mundo, que é o ato de destruir; pois, o fundamental não é o ato de lembrar, mas sim o de esquecer.
Ainda não sei bem o que significa tudo isso, mas sei que há algo. Mais um estágio do fim da minha infância? Talvez.
sábado, 29 de novembro de 2008
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2 comentários:
Gostei, mesmo.
Ah, olha aí, fiz propaganda: http://tensaintensa.blogspot.com/2008/11/cansao.html
Beijos
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