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e há três novos poemas lá para comemorar
domingo, 29 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Acabou a luz no centro de São Paulo
De repente, escuridão
procura nas gavetas da cozinha
uma última velha vela
só para depois se espantar
"não tem fósforo em casa"
"acende no fogão"
"o fogão é elétrico"
uma família inteira na janela
brinca de jogar luz na rua
com um par de lanternas giratórias
embaixo, o som do borrão
sem a luz do poste
berros e risos se espalham
não há lei ou juiz
como se amanhã
ninguém fosse se lembrar
posso dizer que não fiz!
uma mulher corre piscando
aprisionada na luz dos faróis
medo de estupro no beco
filho em casa chorando
marido com outra sob os lencóis
na esquina, um único prédio aceso
proprietário endinheirado e iluminado
quando criança, apenas brinquedo importado
ainda não sabe brincar, rico infeliz
passando hora após hora
volta a energia, computador se inicia
digno de gol, gritos de comemoração
não há mais nada para olhar lá fora
a varanda já está vazia
podemos voltar a nossa própria escuridão
procura nas gavetas da cozinha
uma última velha vela
só para depois se espantar
"não tem fósforo em casa"
"acende no fogão"
"o fogão é elétrico"
uma família inteira na janela
brinca de jogar luz na rua
com um par de lanternas giratórias
embaixo, o som do borrão
sem a luz do poste
berros e risos se espalham
não há lei ou juiz
como se amanhã
ninguém fosse se lembrar
posso dizer que não fiz!
uma mulher corre piscando
aprisionada na luz dos faróis
medo de estupro no beco
filho em casa chorando
marido com outra sob os lencóis
na esquina, um único prédio aceso
proprietário endinheirado e iluminado
quando criança, apenas brinquedo importado
ainda não sabe brincar, rico infeliz
passando hora após hora
volta a energia, computador se inicia
digno de gol, gritos de comemoração
não há mais nada para olhar lá fora
a varanda já está vazia
podemos voltar a nossa própria escuridão
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